Cidade de Panamá, 30/10 (Rafael Reis) – A ministra Patricia Rodas, do governo de Manuel Zelaya, falou hoje a Comissão de Assuntos Políticos da Assembléia EUROLAT sobre a crise e o golpe de Estado que vive Honduras.
A reunião com a ministra Rodas, no Panamá, ocorreu ao mesmo tempo em que o Presidente Manuel Zelaya, em Honduras, aceitou que seja o Congresso que resolva se aceita que o deposto mandatário volte ao poder. Sucedeu através do encontro entre Micheletti e o enviado de Obama, quem já anunciou que com estas condições reconhecerá as eleições de novembro.
A ministra Patricia Rodas realizou um relato histórico do que foi o golpe de Estado e depois de quatro meses do ocorrido, relatou os momentos de drama que vivem os cidadãos hondurenhos no meio de uma crise institucional que não viviam desde o último golpe de Estado que cessou na década de 80.
Rodas foi enfática ao afirmar que o exército hondurenho que nunca viveu um conflito externo, apenas existe para realizar golpes de Estado e reprimir a sua população. Criticou ao Congresso de seu país ressaltando “um parlamento que falsifica a assinatura do Presidente da República e permite que as Forças Armadas torturar e desaparecer pessoas”, afirmou Rodas.
A ministra também enfatizou que o pré-acordo que se tenta chegar hoje em Honduras, deve ser um catalisador, mas que de todas as maneiras, a legitimidade do próximo processo eleitoral apenas ocorra se a restituição do Presidente Zelaya ocorra em tempo suficiente para garantir a transparência e o Estado de Direito.
Segundo Rodas, o acordo não irá resolver todos os problemas, “é apenas uma janela para que o povo avance na construção da democracia e consolidação da institucionalidade em Honduras”.
O Presidente do Parlamento do MERCOSUL, parlamentar Juan José Domínguez, ressaltou que os golpes militares que assolaram e continuam, como o caso de Honduras, não são exclusivamente militares. “O aparato militar é a ferramenta da elite conservadora para se manter no poder e continuar explorando nossos povos”,disse o parlamentar Domínguez. O Presidente seguiu em seu discurso recordando que o Parlamento do MERCOSUL aprovou uma declaração, em sessão em setembro passado, condenando o golpe de Estado em Honduras e reafirmando seu apoio a institucionalidade democrática naquele país. Por último, Domínguez enfatizou a importância de que nas próximas eleições hondurenhas sejam convidados todos os organismos internacionais que atuam na busca de solução pacífica da crise e os parlamentos regionais da América Latina e Europa, como atores representativos dos povos de nossas regiões.
O parlamentar Adolfo Rodriguez Saá também manifestou durante a sessão, destacando a necessidade dos países latino americanos reforçarem seu compromisso com a educação para fortalecer a liberdade, a democracia, a convivência, o respeito as diversidades e o pluralismo, e desta forma evitar casos como o que vive o povo hondurenho atualmente.
Participaram também da reunião os Parlamentares do MERCOSUL Ángel Ramón Barchini, Fabio Biancalani, Isabel Josefa Viudes, Mariano Federico West, Mercedes González Villalba e Ramón Domínguez Santacruz. Assistindo aos parlamentares, encontram-se o Secretariado da Instituição, integrado pelo Secretário de Relações Internacionais, Gustavo Arrighi, a Diretora Agustina Rodriguez, o auxiliar Bruno Alarcon, e o Secretário de Comunicação Rafael Reis, ademais o assessor do Senador José Pampuro, Lic. Jaime Garreta.