A crise boliviana foi tema de debate no Parlamento do MERCOSUL.

A crise boliviana foi tema de debate no Parlamento do MERCOSUL. O primeiro parlamentar a se referir ao tema foi o brasileiro Inácio Arruda quem exortou a que este Parlamento eleve uma declaração de apoio a Evo Morales. “Desta forma estaremos fortalecendo a democracia, pelo apoio firme ao povo boliviano em seu direito a escolher suas autoridades”, afirmou Arruda.

Também se referiu ao tema o parlamentar paraguaio Héctor Lacognata quem afirmou que “não é só que se ponha em questão ao Presidente Morales, senão que se põe em questão a soberania do povo, de nossos países, questionando o direito a constituir o futuro de nossos países”. 

Lacognata recordou que faz apenas um mês o povo da Bolívia, de forma ordenada e democrática, confirmou ao presidente Morales com o 67 % dos votos mediante um referendo convocado ao efeito. “Vemos como tentam desestabilizar ao governo da Bolívia com ações violentas. Temos que falar com todo o realismo com toda a dureza política” disse Lacognata, quem acrescentou, “na Bolívia o que está acontecendo é que esta se organizando um golpe de Estado”.

O Parlamentar paraguaio agregou que o contexto regional em processos de integração obriga às instituições a se pronunciar e tomar medidas. O que chamou a atenção de Lacognata, segundo afirmou no plenário “é a perfeita simultaneidade e organização destes planos de desestabilização nos países de nossa America”.

“Devemos enviar desde este Plenário uma mensagem nítida e clara: Este Parlamento não vai aceitar nenhum governo que tenha sua origem no rompimento do Estado de Direito” finalizou Lacognata.
 
Beto Alburquerque foi outro dos parlamentares que se referiu ao tema. Começou recordando a celebração dos 173 anos da Revolução Farroupilha no Brasil, onde a insurgência de republicanos revelou-se contra o imperialismo. Isto significou a consolidação da democracia, disse Alburquerque, quem se posicionou pela consolidação da democracia na Bolívia, tal como se fizera em tempos passados.

O último em se referir ao tema durante a hora prévia foi o parlamentar brasileiro Sergio Zambiasi, quem solicitou somar ao Parlamento do MERCOSUL à proposta da Presidenta chilena Michelle Bachelet. O parlamentar se referiu à proposta da mandatária chilena sobre a possível criação de uma mesa de diálogo, a mediação da UNASUL no conflito, com a supervisão da OEA e visitas dos Presidentes à Bolívia. Neste contexto, o parlamentar Zambiasi destacou a importância de propiciar a participação do Parlamento do MERCOSUL nesta mesa de dialogo.

Os parlamentares venezuelanos Murga e Morales coincidiram na necessidade de ser bem precisos na declaração e alertar que o governo norte-americano tem um plano desestabilizador para a região.

A parlamentar Marisa Serrano sustentou que ao não ter a seguridade de quem é a pessoa responsável da desestabilização não corresponde responsabilizar a alguns, não se pode fomentar a discórdia, senão a paz. Neste mesmo sentido manifestou-se o parlamentar Bonnow quem se referiu à necessidade de pacificação na região. O parlamentar Alburquerque sustentou que “o texto poderia se mais claro, sem nenhum tipo de viés, mas que estamos chegando a um texto que contribui à mediação de um conflito”.

O tema em debate foi incluído na ordem do dia e aprovado logo de extensas deliberações.

(Foto: Agencia Senado - Marcos Magalhães)