A segunda-feira 15 de setembro de 2008, quando se realizou a XIII Sessão Plenária do Paramento do MERCOSUL, esteve marcada por importantes debates sobre a democracia na região.
O parlamentar brasileiro Inácio Arruda considerou que existe hoje uma “luta incessante em nossa região para consolidar os processos políticos e democráticos” que pode ser representada pela eleição de integrantes de grupos que sofrem preconceitos e hoje presidem a países da região. É o caso do Paraguai, que elegeu a um ex-bispo da Igreja Católica; do Brasil onde foi eleito um torneiro mecânico; e agora na Bolívia, Evo Morales, um indígena, foi eleito com mais de 67% de votos para seguir dirigindo ao país.
Mas a eleição deles tem gerado muitas reações e algumas crises nos países. “Nossas Américas se encontram em uma situação crítica e de emergência”, considerou o parlamentar paraguaio Héctor Lacognata baseado nas denúncias de movimentos de desestabilização no Paraguai, da tentativa de magnicídio na República da Venezuela e do constante caos na Bolívia, situação que mais chama a atenção nos últimos dias.
“É paradigmático que este problema aconteça, justamente, em um país no qual faz apenas um mês o povo, de forma ordenada e democrática, dava o respaldo às autoridades eleitas com um abrumador 67%”, destacou o paraguaio. Para ele, a desestabilização existente na Bolívia através do fechamento de rodovias e de ações violentas é preocupante. “Temos que fazê-lo sem ambigüidades e manifestando com todas as letras que na Bolívia o que está passando é que se está gestando e realizando um golpe de Estado. Isso tem que ser dito, reitero, com todas as letras”, declarou Lacognata.
Já Inácio Arruda crê que “ter um Governo que olhe mais ao povo, que olhe mais ao conjunto da nação e não a um grupo é o problema central para uma minoria que sempre foi privilegiada no decorrer da historia e que procura realmente reagir frente a esta vitória popular que busca consolidar uma democracia popular na Bolívia, na qual todos podem participar e na qual a grande maioria possa ver-se beneficiada com a riqueza que hoje existe ali”.
Para o parlamentar brasileiro, talvez seja necessário que o Parlamento do MERCOSUL envie uma Comissão à Bolívia para dialogar com os parlamentares bolivianos, e assim materializar o apoio da instituição à consolidação democrática na Bolívia. “É necessário que o Parlamento do MERCOSUL, que tem forças tão diferentes, possa propor a consolidação da vitória do povo boliviano, que foi a vitória dada nas urnas, foi a decisão do povo boliviano”, destacou.
Héctor Lacognata também falou da importância do Parlamento do MERCOSUL se manifestar a respeito de tal situação. “Este Parlamento deve se ocupar destes temas, levando em consideração que nos reivindicamos como um setor que representa aos povos dos Estados Partes, sobre tudo quando se põe em questão, não apenas às instituições democráticas de nossos países, mas também a soberania de nossos povos - que é o mais supremo , e quando se questiona o direito a eleger seus destinos e construir seu próprio futuro”, defendeu.
Presidencia do PARLASUL já se manifestou sobre Bolívia
No dia 8 de setembro de 2008 Dr. Rosinha, presidente do Parlamento do MERCOSUL enviou uma nota pedindo, entre outras coisas, que as forças políticas bolivianas aproveitem o novo quadro político criado pelos referendos revocatórios e estabeleçam um diálogo de alto nível, no qual deve ser conduzindo de modo que pacifique as disputas políticas que ocorrem naquele país e assegurar o desenvolvimento econômico, social e a imprescindível unidade territorial de Bolívia.