No principal debate do dia da XIV Sessão Plenária do Parlamento do MERCOSUL os parlamentares concluíram que sozinhos os Estados Partes não terão forças para solucionar a atual crise econômica e que a melhor solução é fortalecer o processo de integração regional.
O parlamentar brasileiro Aloizio Mercadante, autor da declaração sobre a crise, aprovada nesta segunda-feira, 3 de novembro, acredita que a fase mais aguda da mesma parece já estar sendo superada, mas lembrou que a partir de agora será vivida uma segunda etapa que afeta a economia real dos países. “Não há na historia nenhum momento em que a distância entre os países ricos e os países pobres tenha reduzido tanto. Não por um enriquecimento dos países pobres, mas por um empobrecimento dos países ricos. Essa crise dará lugar a um novo cenário econômico”. Mercadante reforçou que é preciso uma maior união dos países do MERCOSUL. “O protecionismo como resposta agravou a crise em 1930. O integracionismo deve ser a resposta, a coordenação macroeconômica”.
O também parlamentar brasileiro Cristovam Buarque disse que essa crise não é apenas econômica, mas também social. “É uma crise social. Temos que buscar uma solução que vise o crescimento desde a base social”. A parlamentar Mabel Mϋller concordou com o brasileiro e disse que a crise vai afetar principalmente aos trabalhadores dos Estados Partes. “Temos que assumir a defesa dos postos de trabalho dos nossos cidadãos. Essa é uma tarefa que deve assumir este Parlamento”, ressaltou a parlamentar.
O parlamentar paraguaio Modesto Guggiari está preocupado que a crise afete principalmente aos países pequenos e concordou com Mercadante de que “teremos uma grande crise e a resposta é a integração, a ousadia e a audácia de pensar o novo”.
As soluções sugeridas pelo Parlamento do MERCOSUL presentes na declaração apresentada por Mercadante incluem a criação de um Grupo de Monitoramento da Crise, a adoção de políticas que mantenham a liquidez necessária para as linhas de crédito, a disponibilização com urgência de recursos aos Estados Partes, o estímulo ao comércio intra-bloco, o aprofundamento do processo de integração , o destravamento da Rodada Doha, a harmonização das políticas macroeconômicas e um diálogo entre empresários e trabalhadores para combater ao desemprego.
Foto: Agência Senado