“Temos que seguir fortalecendo a instituição”
Dr. Ignacio Mendoza Unzain, parlamentar paraguaio eleito Presidente do Parlamento do MERCOSUL na sessão inaugural do passado 10 de fevereiro de 2009.
Federico Ricagni: Presidente Mendoza, Quais são os objetivos principais que o senhor tem, ao assumir como Presidente do Parlamento do MERCOSUL?
Dr. Ignácio Mendoza: Em primeiro lugar, continuar os trabalhos desenvolvidos pelos anteriores presidentes, que tem conseguido uma estabilidade estrutural.
Agora temos que continuar fortalecendo a Instituição, como Parlasul; e também que tenha uma maior visibilidade.
FR: Como vê ao Parlamento do MERCOSUL?
IM: Bem, está ganhando cada vez uma maior consideração e prestígio, mas devemos conseguir mais.
FR: É viável a “supranacionalidade” do Parlamento do MERCOSUL?
IM: Acho que deve de entrar também dentro da consciência e analisá-los todos juntos. Por que razão? Agora estamos falando também da proporcionalidade, isso significa que vai haver uma maior quantidade de representantes de alguns países e está escrito dentro do Protocolo, está estipulado, mas de todas formas quando há diferencias entre os Estados Partes, tem que haver também um lugar onde um possa acudir para solicitar se lhe reponham seus direitos pisoteados ou onde teoricamente possa solicitar quando seus direitos são vulnerados.
FR: Em que etapa encontra-se o Parlamento do MERCOSUL com referencia à proporcionalidade de representação?
IM: Há um trabalho apresentado pela delegação brasileira e corrigida pela delegação argentina. Tem feito um trabalho muito bom, isso já o recebemos e vamos analisá-lo, para logo compartilhar com todos os componentes, porque isto chega no fim de um acordo político.
FR: O Sr. falava de flexibilizar o MERCOSUL, que significa exatamente isso?
IM: Que algumas medidas sejam mais “favoráveis” aos países digamos “desprotegidos, com menores vantagens e justamente Paraguai é um deles, por sua condição de mediterraneidade.
FR: Uruguay reclama que se lhe permita assinar tratados de livre comércio com outros países. Isso seria una “flexibilidade” adequada?
IM: Sim, justamente, entra dentro dos termos da flexibilidade. Se isso faz conveniente ao país, que se analise e lhe seja dada a possibilidade. É verdade, os mais desprotegidos somos Paraguai e Uruguai, nossas economias são mais frágeis, são mais volúveis, é mais fácil influir em nossas economias, qualquer mudança abrupta que se dê a nível mundial.
FR: Fale-se de unidade, das assimetrias, mas cada país se move segundo seus próprios interesses. Qual poderia ser o papel do Parlamento do MERCOSUL para ajudar na unidade do bloco?
IM: Como este é um poder político, e dos políticos, que são os representantes do povo, têm que haver uma consciência para chegar a isso que tu dizes, de que não porque sejas um país maior não vá a chegar a ter problemas sérios, na medida em que estivermos unidos, deixando de lado as diferenças podemos enfrentar qualquer problema ou qualquer perigo que ameace a todos. Se é possível ter o velho ditado, de um para todos e todos para um. Algum vai negociar em forma individual, tomara entendamos e o façamos entre todos os integrantes do MERCOSUL.