Entrevista ao Parlamentar Héctor Lacognata

Para o Parlamentar paraguaio Lacognata, o referendo ocorrido na Venezuela no último dia 15 de fevereiro “foi uma festa democrática muito importante”.
Por Pablo Barrone
Logo de ter participado na missão de observadores no referendo realizado na República Bolivariana da Venezuela, neste último domingo 15 de fevereiro de 2009, o Parlamentar do MERCOSUL, Héctor Lacognata dialogou com a Secretaria de Comunicação deste organismo.
- Estamos com o Parlamentar do MERCOSUL, Héctor Lacognata, que foi em missão de observação, ao referendo que se realizou na República Bolivariana da Venezuela; como está Parlamentar Lacognata?

- Um prazer enorme Pablo, um abraço muito grande a toda a gente do MERCOSUL. Bom, sim, efetivamente, voltando esta madrugada a Assunção do Paraguai, com a delegação de Parlamentares do MERCOSUL que estivemos no acompanhamento do processo eleitoral na Venezuela, no passado 15 de fevereiro.

- Parlamentar, que avaliação faz o senhor deste processo de referendo que aconteceu na Venezuela?
 

- Bom, muito positivo posso te dizer, este é um ponto não somente desde minha perspectiva senão que em consenso com os outros, te diria por quase todos os duzentos observadores internacionais que tem estado lá acompanhado o processo, e com os quais temos emitido no mesmo dia 15, um informe final. Por parte do PARLASUL, estivemos cinco Parlamentares paraguaios que também apresentamos um informe particular como PARLASUL em relação do que vimos lá, e também te comento em primeiro lugar, pelo nível de participação eles quebraram um teto histórico que tinham de 63 % de participação. Os últimos informes do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela nos mostravam que provavelmente chegavam neste referendo a um 68%, quase um 69 % de participação, o que é um fato absolutamente inédito no processo eleitoral venezuelano.

Por outro lado, temos constatado uma vez mais, já que estivemos em outras ocasiões, o exemplar comportamento da cidadania venezuelana, uma cidadania que às três da manhã já está fazendo fila nos locais de votação para exercer este direito, mas não somente como um cumprimento de uma obrigação, porque temos que tomar em conta que na Venezuela, o voto não é obrigatório, senão uma participação com muita alegria, com muito entusiasmo, sabendo que com seu voto, estão construindo o processo democrático na Venezuela.

Eu dizia lá em um programa, que talvez a venezuelana e o venezuelano comum, ainda não tem consciência, de que neste momento, eles são ponto de referência para toda Latino-América, e que são o espelho, no que está se olhando a Latino-América. Finalmente te diria que muito contente também, que o sistema eleitoral venezuelano tem demonstrado uma vez mais seu aperfeiçoamento, eu te diria sem temor a me equivocar hoje, que o sistema eleitoral, com a logística que eles implementam e com a organização que tem, talvez seja o processo mais avançado em todo o mundo, isto inclusive, avaliado por observadores europeus que estiveram ali com nós compartindo um sistema muito organizado, com muito boa logística, que não deixa lugar a duvidas em relação aos resultados. E bom, eu acredito que tem sido uma festa democrática muito importante, tem se consolidado uma etapa dentro do processo revolucionário que está se vivendo na Venezuela. E agora, obviamente abre-se outra etapa e bom, nós lhe auguramos o melhor ao povo venezuelano.

- Continuando com suas palavras Parlamentar, pode dizer-se que este é um processo que há reafirmado a democracia na América Latina?

- Sim, sem dúvidas. Eu acredito, e respeitando absolutamente os processos que estão se dando em toda América Latina, que este processo eleitoral do último dia 15 de fevereiro na Venezuela, tinha uma significação muito especial, era um ponto de inflexão no processo que está vivendo não somente Venezuela e a América Latina, e sobre tudo, porque todos nós conhecemos os níveis de conflito político que há na Venezuela, com uma oposição que não tem se caracterizado por ter atitudes racionais eu te diria, então obviamente era um desafio, mas em primeiro lugar, como te dizia, consolidou-se o sistema, consolidou-se o processo que está se dando, e finalmente te diria, tenho que reconhecer que neste dia 15 de fevereiro passado, a oposição tem feito um reconhecimento ao resultado quase imediato, que ajudou a despejar qualquer tipo de dúvidas em relação ao que viria no dia depois na Venezuela.