CRISE EQUADOR-COLÔMBIA ? Comissão de Relações Exteriores apóia posição do Brasil

A crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela foi discutida ontem por deputados da Comissão de Relações Exteriores e o chanceler Celso Amorim, no Itamaraty. Os deputados querem acompanhar o caso de perto para avaliar como o Parlamento brasileiro poderá colaborar para impedir um conflito armado no continente. O presidente da comissão, deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), concordou com a posição oficial do Itaramaty sobre a crise. "O Brasil busca limitar o conflito a um caráter de bilateralidade, ou seja, restringir apenas a um confronto entre Colômbia e Equador", explicou.
 
Marcondes Gadelha defendeu a mediação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e dos países da América do Sul na crise e elogiou o Brasil por pedir obediência aos princípios fundamentais que regem a convivência entre os povos: a não-intervenção e a auto-determinaçã o. Ontem, o Conselho Permanente da OEA aprovou por unanimidade uma resolução acordada pelo Equador e pela Colômbia estabelecendo que a ação militar colombiana no último sábado (1º) em território equatoriano "constituiu em uma violação da soberania" do Equador, mas não condenou a Colômbia.
 
O deputado informou que, na próxima semana, a comissão deverá votar várias moções sobre o assunto, entre elas um pedido aos guerrilheiros das Farc para que libertem os reféns em seu poder na selva colombiana. " Nós sabemos que a política externa do Brasil é conduzida pelo presidente da República, mas é legítimo a comissão interpretar o sentimento do povo brasileiro, que está contrito, solidário com os reféns lá na Colômbia e solidário com as populações ameaçadas dos três países envolvidos", afirmou.
 
Integrante do Parlamento do Mercosul, o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) disse que os estragos da crise causam prejuízos políticos e econômicos que já extrapolaram as fronteiras de Colômbia, Equador e Venezuela. "Prejudica uma negociação de paz na Colômbia, que é necessária, e prejudica a construção da União das Nações Sulamericanas, a Unasul, cuja primeira reunião estava marcada para 28 de janeiro em Cartagena das Indias, na Colômbia, e foi adiada para março. Acredito que agora não há ambiente para realizar essa reunião em março para assinar um acordo de tamanha importância", avaliou.
 
(Fonte: Jornal da Câmara dos Deputados – Brasil – 06/03/2008)