Iris de Araújo impulsiona o Parlamento do MERCOSUL

Na IX Sessão Plenária do Parlamento do MERCOSUL, realizada em Montevidéu, nos dias 28 e 29 de abril de 2008, a parlamentar Iris de Araújo defendeu que o caminho da integração produtiva será amplamente superado na medida em que sejam aprofundados os sistemas de fortalecimento institucional, que, são para a parlamentar, "as vias realmente sólidas e substantivas na construção de um bloco hegemônico, capaz de fazer frente às exigências, por vezes hostis, de um cenário de irreversível globalização".

Para ela, em uma região com 250 milhões de habitantes e um PIB de um trilhão de dólares (cerca de 75 % do total da América do Sul), o processo que visa eliminar fronteiras na perspectiva do avance comercial integrado, "não esgota o processo, nem sequer do ponto de vista econômico". Iris Araújo expressou que a consolidação do MERCOSUL depende que os países membros visualizem as novas etapas a transitar além dessa perspectiva.

A parlamentar também alegou que é na sessão plenária o momento de debater e estabelecer "uma grande e decisiva volta no Mercosul, para que, de fato, se traduza o anseio de integração, não só dos dirigentes de nossas nações, mas do conjunto pleno de nossas sociedades".

Ela acredita que o enraízamento das instituições supranacionais é uma condição básica para a consolidação do MERCOSUL e um passo definitivo para tal fim. "Nesse sentido, os poderes legislativos e judiciais de cada país têm que apresentar-se, não como coadjuvantes ou espectadores de uma jornada longa, mas sim como agentes centrais e imprecindíveis para forjar a verdadeira identidade de um bloco que busca unidade, harmonia e alcance de metas justas para todos", defendeu.

Iris Araújo reforçou que é imprecidivel realçar o papel estratégico do PARLASUL para que o bloco se fortaleça universalmente na medida em que se transforme como o espaço maior da democracia e na mesma medida em que se estabeleça como espaço de liberdades.

"Creio que em certo momento nos intimidamos com os enganos e os sofismas manifestados nas muitas críticas feitas a este Parlamento e ao bloco comercial como um todo. Tais visões críticas, na verdade, ocultam um componente marcadamente colonialista. São mentalidades que não se arriscam a ver o horizonte, que nos imaginam pequenos e incapazes frente, por exemplo, ao esplendor da Comunidade Europeia. O que não percebem é que todo longo trajeto impõe distâncias e obstáculos para vencer. Não importam quais sejam essas dificultades. O essencial é que tenhamos a perseverança e o firme propósito de seguir até alcançar o cumprimento de nossos mais caros objetivos. Onde buscar a substancia, se não no Parlamento?", declarou a parlamentar.

Iris de Araújo acredita que o espaço do Legislativo é o cenario que permite o livre debate das idéias que conduzem às grandes transformações. "Nesse sentido, é preciso destacar a necessidade de que se tomem providências imediatas para que possamos ter condições estruturais que possibilitem a divulgação das eleições diretas para o Parlamento do MERCOSUL nos países que ainda não realizaram os comícios", reforçou.

"É necessário que o Parlamento do MERCOSUL seja o coração do MERCOSUL, como a fonte maior de uma nova etapa na montagem de um bloco que vai surpreender o mundo tendo como base o dinamismo e as inovações na construção de economias sólidas e modernas, com a reafirmação da ordem política e a estabilidade de um modelo regional de desenvolvimento econômico" expressou Araújo.

A parlamentar defendeu que é imprecindivel a ampliação dos espaços de participação social, para colocar em prática os fundamentos institucionais definidos na instalação do Parlamento, que diz: "uma adequada representação dos interesses dos cidadãos dos Estados Partes, significará uma contribuição à qualidade e ao equilíbrio institucional do MERCOSUL, criando um espaço comum que reflita o pluralismo e as diversidades da região, e que contribua para aperfeiçoar a democracia, a participação, a representação, a transparência e a legitimidade social no desenvolvimento do processo de integração e de suas normas".

Araújo finalizou dizendo que "o Parlamento do MERCOSUL tem que promover a integração regional democrática tendo como fio condutor a defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana e fazendo valer o que foi estabelecido no Protocolo do Parlamento, ou seja, a obrigação de produzir um Informe anual sobre esses direitos, com enfase no respeito à vida".