Gonzaléz Nuñez denuncia sistemática violação ao Tratado de Assunção

Os sócios do MERCOSUL, sobretudo Brasil e Argentina, devem deixar de violar o Tratado de Assunção, para conseguir uma real integração na região, se é que realmente se procura eliminar a hipócrita relação regional existente, afirmou ontem (por terça-feira 23 de junho) Alfonso González Núñez, membro do PARLASUL, durante a apertura do Fórum Consultivo do bloco, que se realizou no CIP (Centro de Importadores do Paraguai).

O político, que integra o Parlamento do MERCOSUL, e foi convidado pelo CIP para abertura da reunião, criticou duramente as travas que ainda se geram no MERCOSUL para a exportação de produtos paraguaios a outros países membros.

“Um dos problemas que denunciamos principalmente dentro do Parlamento do MERCOSUL é a violação sistemática do Tratado de Assunção em seu Artigo N° 1, que fala sobre o livre trânsito de bens, serviços e fatores produtivos entre os países e eu acrescentaria de pessoas” assegurou González Núñez, frente aos representantes argentinos, uruguaios e brasileiros no local do CIP.

O Parlamentar comentou que os empresários paraguaios têm todo tipo de travas, tarifárias e não-tarifárias, para levar seus produtos aos mercados da região. Assegurou que se realmente pretende-se ter um processo de integração justo e generoso, estas assimetrias “têm que terminar”. Pediu aos países mais desenvolvidos do bloco (Argentina e Brasil) ter em conta uma maior solidariedade para com os sócios menores (Paraguai e Uruguai), para que estes últimos possam conseguir um desenvolvimento mais significativo.

Vontade política

O Parlamentar acredita que faz falta muita vontade política por parte dos governantes dos países membros do bloco para que se possam eliminar as diferenças entre os membros. Assegurou que o principal é evitar violar o Tratado de Assunção, assinado em 1991, e conseguir um MERCOSUL mais humanista, mais solidário. “Porque se realmente estamos falando de uma integração real e não hipócrita, então o modelo desta integração que temos atualmente, devemos mudá-lo”, insistiu.

González Núñez assinalou que desde o PARLASUL estão trabalhando em procurar a criação de um Tribunal Supranacional que atenda os reclamos dos habitantes ou governos em quanto aos problemas que surjam no MERCOSUL.

O Fórum foi realizado no local do CIP entre os dias 23 e 24 do corrente mês de junho.

Fonte: ABC Color do Paraguai